21 de novembro de 2012

Úlceras de pressão


As úlceras de pressão são frequentes em pacientes acamados. São mais incidentes em pacientes obesos, desnutridos, desidratados e idosos. Podem ser divididas em quatro categorias, numeradas de I a IV, conforme a profundidade da lesão. Na categoria I, observa-se apenas hiperemia. Na categoria II já há formação de flictemas e erosões (lesão da derme). Na categoria III há lesão do tecido subcutâneo e na categoria IV há lesão de tecidos de sustentação (músculos, tendões, ossos, fáscias musculares e outros).


Úlcera de pressão categoria I (hiperemia)


Úlcera de pressão categoria II


Úlcera de pressão categoria III, com granulação e cavitação


Úlcera de pressão categoria IV
Pode-se dizer que existe escara quando na ferida observa-se um a placa escura e endurecida (necrose).


Úlcera de pressão com escara em região do calcâneo

O método mais eficaz para a prevenção da formação destas úlceras é o alívio da pressão nas áreas de risco (proeminências ósseas), através da mudança de decúbito a cada 2 ou 3 horas, no máximo. Métodos auxiliares consistem em manter:

  • a pele limpa, principalmente a região sacra, que está particularmente exposta à ação de fezes e urina;
  • uma boa hidratação da pele, tanto por ingestão adequada de líquidos quanto pelo uso de hidratantes para a pele;
  • um estado nutricional adequado.

Dicas para passagem de sonda nasogástrica ou nasoentérica

Nem sempre o paciente está consciente no momento da passagem da sonda, o que dificulta o procedimento. Mas algumas dicas podem tornar o procedimento mais fácil.


1. Fique atento às contraindicações


Traumatismos cranianos e de face são contraindicações relativas à passagem de sondas nasais devido ao risco de existirem fraturas da base do crânio. Nestes casos a sondagem nasogástrica deve estar prescrita pelo neurocirurgião ou cirurgião bucomaxilar, geralmente após a realização de tomografia computadorizada.
Alternativamente pode ser realizada sondagem orogástrica em pacientes inconscientes, em uso de tubo orotraqueal ou cânula de Guedel.

Ingestão de substâncias ácidas ou cáusticas podem fragilizar a parede do esôfago. Nestes casos, a tentativa de passagem de sondas gástricas pode causar a perfuração do esôfago, provocando mediastinite.

2. Meça corretamente a sonda, marcando com fita adesiva.


Se você marcar um tamanho maior que o indicado vai sentir resistência ao final da passagem e pode ficar confuso quanto ao correto posicionamento.
Medição da sonda para posicionamento gástrico.
Medição da sonda para posicionamento gástrico.
Vale lembrar que a medição correta passa por apêndice xifoide, lóbulo da orelha e nariz. Já vi muita gente medindo apêndice xifoide, nariz e lóbulo da orelha, o que dá uma pequena diferença.
Outro erro comum durante a medição é fazê-las com o paciente apresentando flexão, extensão ou rotação do pescoço. O ideal é deixar a coluna cervical e torácica bem alinhadas, sem travesseiros ou coxins sob a cabeça do paciente.

3. Lubrifique o fio guia, se necessário


As sondas para nutrição enteral vêm com fio guia já instalado, o que mantém a sonda rígida o suficiente para a sua correta colocação. O fio guia metálico, sem revestimento plástico, é particularmente difícil de ser retirado se não for lubrificado antes da instalação da sonda no paciente. Leia atentamente o manual do fabricante da sonda e veja qual a solução mais adequada para a lubrificação. Dê uma pequena puxada no guia para certificar-se que ele desliza com facilidade pela sonda.

Nunca (nunca mesmo) insira o fio guia com a sonda dentro do paciente. Há o risco de perfuração da sonda e, consequentemente, de órgãos internos do paciente.

Sonda para nutrição enteral, com fio guia inserido.

4. Introduza a sonda fazendo movimentos circulares


Estes movimentos facilitam a introdução da sonda, principalmente a sua passagem pelos pontos de resistência. Estes pontos são: septo nasal, a porção posterior da fossa nasal, a nasofaringe, a epiglote, a cárdia e o próprio corpo do estômago. A porção posterior da fossa nasal é o ponto que normalmente apresenta maior resistência, sendo comum a ocorrência de pequenos sangramentos devido à fragilidade dos vasos sanguíneos dessa região.
Pontos de resistência à passagem de sonda nasogástrica
Pontos que apresentam resistência à passagem da sonda, marcados em vermelho

5. Estimule a deglutição quando perceber que a sonda está impactando na epiglote


Com o paciente consciente é simples: basta pedir que engula a sonda.
Em pacientes inconscientes, faça pequenos movimentos de vai-e-vem (1 a 2 cm) neste ponto e observe o deslocamento da cartilagem tireóidea no sentido do crânio, indicando a deglutição. Durante este movimento prossiga rapidamente com a introdução da sonda, que deverá então estar descendo pelo esôfago.

6. Verifique o posicionamento correto


Faça os testes para certificar-se que a sonda está realmente no estômago. Certeza mesmo somente através de radiografia, mas a ausculta de ruídos hidroaéreos e aspiração de conteúdo gástrico já dão uma boa segurança quando a radiografia não pode ser realizada.
Caso ainda tenha dúvida, não tenha vergonha: peça a um colega mais experiente para confirmar o posicionamento.

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