4 de fevereiro de 2013

Tipos de cobertura para curativo

1. Compressas de gaze


Compressas de gaze estéril
Compressas de gaze

É a cobertura mais comumente utilizada devido ao seu baixo custo.

Possui moderado poder absortivo proporcionado pelas fibras de algodão que a compõem. Quando saturada passa a ser meio de cultura de micro-organismos. Por conta disso as trocas precisam ser efetuadas a cada 24 horas, no máximo (exceto para enxertos de pele).

Quando da sua remoção comumente agride ao tecido neoformado, muitas das vezes causando dor e sangramentos.

É também muito utilizada como cobertura secundária a outros tipos de curativo.

2. Papaína

Bisnaga plástica comumente utilizada por farmácias de manipulação
para embalar papaína em gel.

Encontrada nas formas pó ou gel, em diversas concentrações pois geralmente só é encontrada em farmácias de manipulação. É indicada para debridamento químico de feridas onde se encontram esfacelos ou fibrina. Tem pouco efeito sobre tecidos necrosados mumificados. Não deve ser utilizada em áreas com exposição óssea ou de tendões, nem em feridas próxima aos olhos. Quando em gel, deve ser mantida sob refrigeração entre 2 e 8°C.

Frequência das trocas: no máximo a cada 24 horas.

3. Ácidos graxos essenciais (A.G.E.) e triglicerídeos de cadeia média (T.C.M.)


Dersani Original
Dersani (A.G.E. e T.C.M.)

É um produto registrado na ANVISA como cosmético grau 2, inicialmente utilizado como hidratante para a pele. Começou a ser utilizado empiricamente nos leitos das feridas para estimular a granulação e epitelização. Possui comprovado efeito na prevenção de feridas e estímulo da cicatrização.

Frequência das trocas: no máximo a cada 24 horas.

4. Hidrogel


Purilon Gel (hidrogel)

Gel transparente e viscoso, constituído principalmente por alginato de cálcio e sódio, carboximetilcelulose, propilenoglicol e água, que estimula o desbridamento autolítico. Pode ser usado como curativo primário. Indicado para feridas secas, com exsudação mínima a moderada, com presença de tecidos desvitalizados (auxiliando no desbridamento autolítico), limpas ou infectadas, tais como: queimaduras, úlceras venosas, arteriais, por pressão, abrasões e lacerações.

5. Alginato de cálcio e sódio


Placa de alginato de cálcio e sódio.
São constituídos por fibras extraídas de algas marinhas marrons, compostas pelos Ácidos Gulurônico e Manurônico, apresentando íons cálcio e sódio incorporados. Quando em contato com o exsudato forma um gel hidrofílico e não aderente que proporciona um meio úmido sobre a superfície da ferida, promovendo o desbridamento autolítico e absorvendo o excesso de exsudato, permitindo a remoção sem trauma, com pequeno ou nenhum dano para o tecido recém-formado criando, desse modo, um meio adequado para o processo de cicatrização. Além disso, os alginatos de cálcio não são tóxicos e nem alergênicos e são totalmente biodegradáveis, com pouca ou nenhuma reação tissular. Indicados para feridas exsudativas, com sangramento, limpas ou infectadas, agudas ou crônicas, superficiais ou profundas. Também existe uma versão com prata (ação bactericida).

Frequência das trocas:
- Para feridas infectadas, efetuar a troca, no máximo, a cada 24 horas.
- Para feridas limpas exsudativas, efetuar a troca quando o curativo estiver saturado, não deixando permanecer por mais de sete dias.

6. Hidrocolóide


Placas de hidrocolóide em diversos tamanhos

Composto por uma camada interna autoadesiva hipoalergênica, contendo hidrocolóide (CMC-carboximetilcelulose sódica) e uma camada externa de filme de poliuretano. Quando em contato com o exsudato da ferida, a matriz elastomérica é capaz de absorvê-lo, formando um gel que promove o  desenvolvimento de um meio úmido otimizando o processo de cicatrização da ferida e permitindo a troca do curativo sem causar danos ao tecido recém-formado. A camada externa é permeável a gases e vapores de água, porém funciona como barreira oclusiva perante líquidos e micro-organismos ao mesmo tempo em que proporciona uma barreira mecânica à ferida.

Indicado para o tratamento de feridas com leve a moderada exsudação, como abrasões e lacerações superficiais, rachaduras da pele, úlceras de perna (venosas, arteriais e mistas), úlceras diabéticas e por pressão (parcial e total), prevenção de úlceras por pressão, excisões dermatológicas, áreas doadoras, incisões cirúrgicas e feridas externas causadas por traumas.

Frequência das trocas: deve ser trocado se houver extravasamento de exsudato e/ou gel, desprendimento das bordas, ou deslocamento do curativo. Pode permanecer na ferida por até sete dias, dependendo da quantidade de exsudato. Não ultrapassar o período de 7 dias.

7. Espuma de poliuretano



Características:


  • Altamente absorvente.
  • Não-aderente.
  • Fácil de aplicar e remover.
  • Macio e confortável.
  • Minimiza a contaminação por líquidos e bactérias.
  • Estético.
  • Acelera a cicatrização pela manutenção do meio úmido.

É constituído por uma espuma de poliuretano, que em contato com a ferida absorve o exsudato devido a disposição da estrutura celular da espuma e sua afinidade pela água ou líquidos corpóreos presentes na ferida, retendo os fluidos do tecido lesado nos poros da espuma. O curativo mantém no leito da ferida umidade adequada, favorecendo o processo de cicatrização, formação do tecido de granulação e epitelização, permitindo a troca do curativo sem afetar o tecido recém-formado. Também disponível versão com prata.

Mecanismo de ação da espuma de poliuretano

Indicado para o tratamento de lesões de pele superficiais que cicatrizam por segunda intenção, em lesões em fase de granulação com níveis de exsudato moderados ou elevados, incluindo úlceras em membros inferiores, úlceras diabéticas e úlceras por pressão.
Também, é indicado para o tratamento de lesões profundas que cicatrizam por segunda intenção incluindo úlceras por pressão grau III e IV, úlceras profundas de perna, excisões e deiscências pós-operatórias.


Frequência das trocas: varia de acordo com o grau de exsudação da ferida e deve ser substituído assim que atingir a saturação.

8. Carvão ativado com prata


Actisorb Plus (carvão ativado com prata)

Curativo de malha de carvão ativado com partículas de prata envolvido por um envelope de Nylon que permite a passagem do exsudato (secreção) para o carvão que reduz o odor; as partículas prata de são responsáveis por reduzir ou eliminar a infecção. O curativo pode ser colocado diretamente na ferida ainda que haja cavidade pois é maleável e não causa incômodo ao paciente.

Carvão ativado com prata
Mecanismo de ação do curativo de carvão ativado com prata


Esse tipo de curativo deve ser utilizado quando houver infecção e quantidade significativa de secreção já que a mesma deve ultrapassar a malha de Nylon e atingir o carvão que não é liberado no leito da ferida.
É um curativo primário que necessita de um secundário como cobertura, como curativos absorventes, filmes transparentes, gaze+micropore, etc. Em hipótese alguma deve-se cortá-lo (atualmente já existem versões recortáveis) pois a liberação do carvão diretamente na ferida pode retardar a cicatrização e/ou causar descoloração.

Indicado para: úlcera de pressão, feridas por trauma/cirurgia, pé diabético, queimaduras, úlcera de perna.

Frequência das trocas: um único curativo pode durar até 7 dias, dependendo do quadro da ferida.

Outros curativos


Existem diversos outros curativos já em uso ou em desenvolvimento, mas para este artigo citamos somente os mais populares.

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Fontes: CuratecBBraunLoja do CurativoCirúrgica Zona Sul

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